"Os que confiam no Senhor são como os Montes de Sião que não se abalam, mas permanecem para sempre."

quarta-feira, 21 de abril de 2010

PARABÉNS BRASILIA




Eu vi Brasília!A Cida menina!A cidade criança! A cidade milagre! A cidade esperança! Eu vi Brasília!Ritmo de aceleração Retalham-se terras nuas Em avenidas e ruas, Lastra-se a obra em projeto, Os gigantes de concreto Pipocando no sertão; E sangra a terra vermelha, Rubra como a centelha, Evola-se fina poeira Em torno da construção. Eu vi Brasília! De noite como de dia, Sua bárbara melodia Ecoando na amplidão. Sinfonia do trabalho: Cantam pedras, tinem ferros,Martela sonoro o malho, Ao longe atroam berros, Geme esmagado o cascalho Sob o rolo compressor,Rangem máquinas, turbinas, Metralha o britador, Zunem e silvam usinas, Trepidam rodas da estrada. Por todo o imenso planalto, Geme na voz de contralto A sereia agoniada. Gritos, apitos, descargas Guindastes levantam cargas Estrepitam caminhões, Despejam aos cem, aos mil, Para intérminos serões. Trabalhadores da noite, Enquanto dorme o Brasil, Enquanto, na noite, dorme Tranqüilo o Brasil enorme, Brasília está desperta, Brasília não dorme não; Pulsa, palpita, lateja Como um grande coração Eu vi Brasília ao luar! Naquela vasta amplidão De horizontes sem montanha, Avultam – visão estranha – Esqueletos de armação, Assim, imensos, distantes, Como fantasmas gigantes. E no veludo da noite, A luz da lua azulada, Qual rara jóia cintila O Palácio da Alvorada.

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