Os moradores de Rio Largo (AL) ainda tentam se acostumar com o barulho da correnteza provocada pela água que escorre pelo buraco aberto na barragem. Uma semana após o início da chuva que provocou destruição na cidade, o novo som ainda insiste em fazer parte da rotina atual. Outro problema enfretado por eles é a ação de saqueadores e alguns chegam a se revezar no “policiamento” voluntário de suas próprias casas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a cidade nesta quinta-feira (24). Ele anunciou a liberação de R$ 694 milhões para a recuperação das cidades afetadas pelas chuvas em Pernambuco e em Alagoas. Nos dois estados, 46 pessoas morreram por causa do mau tempo desde a semana passada.
se protegem contra saqueadores em Rio Largo
(Foto: Glauco Araújo/G1)
“Agora, a gente de cuidar do que sobrou. Minha casa ficou cheia de água. Olhando de frente até parece que ela está inteira, mas está cheia de lama e as paredes do fundo caíram. Colocamos as panelas na frente da casa para evitar que as pessoas entrem, pelos fundos, e tentem nos roubar. O pessoal que não sofreu vem se aproveitar da desgraça dos outros”, disse Maria José de Melo, 56 anos, que morava na cidade com a mãe, Maria das Dores de Melo, 78 anos.
“Só recuperei roupas e agora vou para casa de familiares. A cidade está secando e vai ficar melhor, mas não tenho como voltar. Só Deus para ajudar a recuperar o que perdi”, disse Antonio Carlos Santos, 36 anos, vendedor autônomo.
antes da enchente (Foto: Glauco Araújo/G1)
A destruição provocada pela chuva atingiu a rigidez do concreto e do asfalto. Uma das principais vias de acesso, que liga a parte baixa de Rio Largo até a parte alta, ficou com uma fissura de dois metros de largura e com cerca de 40 metros de comprimento.
Alguns metros adiante, a pista cedeu com a enxurrada e os trilhos da linha férrea ficaram retorcidos e caídos sobre a água que ainda corre forte no local. Os postes de iluminação pública ficaram tombados, o que comprometeu o fornecimento de energia elétrica no município.
Som da nova rotina
"A força da água ainda impressiona. Apesar de estar parecendo um riacho depois de tantos dias da tragédia, ainda é de assustar a potência da correnteza. Foi rápido demais. Eu cheguei a minha casa e a água começou a subir", disse o motoboy Cristiano da Silva, 33 anos, que perdeu a casa em Rio Largo.
Fonte: www.g1.com.br
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